Conversa com a solidão.

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Em fevereiro deste ano resolvi que queria me tornar uma médica. Porém, sabia que não iria ser algo fácil de conquistar e então comecei a me preparar para as provas que teria que fazer para alcançar meu objetivo.
Entretanto, meu ano começou com a triste notícia de que eu iria me mudar novamente de cidade, deixando meus amigos e meu namorado para trás. Não teria mais o contato diário com meus colegas que me acompanharam por longos três ano do ensino médio, sempre me apoiando nos momentos difíceis que enfrentei durante essa fase da minha vida.
Mudei de cidade, foi muito difícil deixar uma rotina na qual te fazia feliz. Cidade do interior, poucos amigos, sem muita opção de lazer mas com certeza foram os melhores anos da minha juventude. Eu fico extremamente emotiva ao tocar nesse assunto, mas é algo que preciso escrever que é o meu instinto de fuga.
Então começou o cursinho pré-vestibular, na qual eu acreditava formar novos amigos e disfarçar um pouco da dor que eu sentia de ter que começar minhas relações novamente. Conheci uma garota na primeira semana de aula que tinha muitas coisas em comum comigo, ficamos amigas logo de cara. Por coincidência ela também queria prestar vestibular para medicina e isso foi de grande valia para mim, já que agora eu poderia ter uma companheira para minhas tarefas diárias.
O sentimento de alegria de ter uma nova amiga me lembra a época dos primeiros anos escolares no qual eu tinha muito receio de conversar com pessoas novas mas como foi um momento natural em que trocamos ideias, gosto por livros e filmes que nos agradavam, tornou um momento inesquecível para mim.
Ela era uma garota muito inteligente e sonhadora e por este motivo ela resolveu se mudar para outro país, conhecer a cultura de outra região e assim fiquei sozinha novamente nessa cidade totalmente nova e famosa por receber jovens de todo o Brasil.
Eu segui estudando, e estudo até hoje, todos os dias. Os únicos amigos que eu tenho moram em outra cidade que visito uma vez por mês, e em um final de semana eles conseguem me alegrar tanto que não tenho vontade de sair de perto deles.
Estamos em junho, e toda essa história aconteceu em um semestre apenas, mas tenho me convencido que não farei novos amigos pois raramente saio do meu quarto. Espero que este esforça tenha valido a pena no futuro.
Existem alguns colegas do meu cursinho preparatório que aparentam ser gentis, mas existe um bloqueio emocional que me impede de ter um relacionamento mais forte com eles. Não sei explicar o que acontece exatamente, Talvez eu esteja passando por um momento de depressão aguda e não tenho com quem conversar pessoalmente como gostaria e por isso voltei a escrever no blog que criei.
Talvez eu deva assustar as pessoas ao meu redor por ser tão centrada em horário de aula. Isso pode acabar me afastando de pessoas legais que gostariam de sair para bater um papo ou fazer alguma coisa comigo.
Meu namorado me ajuda muito, ele me apoia sempre e me deixa feliz em questão de segundos. Sinto muito a falta dele. Éramos inseparáveis, fazíamos tudo junto, até mesmo fazer comprar no super mercado. A dor de não poder estar perto dele e das pessoas que deixei para trás tem se tornado motivação para que um dia eu me torne uma pessoa bem sucedida para poder visita-los onde quer que eles estejam.
A verdade é que estou me deparando com a vida como algo duro e cruel, que me derruba todos os dias, mas que ao mesmo tempo tem me dado ânimo para seguir em frente quando tenho quem me ama do meu lado.
Tenho medo de decepcionar eles e a minha família. Eles são muito importantes e especiais para minha vida e prezo pela felicidade deles.
Tenho medo de não ser aprovada no vestibular. Além de ser um ano difícil para mim que sou uma pessoa extremamente emotiva, tenho que encarar obstáculos totalmente novos. Ás vezes me perco em quantas vezes eu já pensei em desistir de tudo e só ter olhos para quem eu amo, mas logo a racionalidade me torna forte, ainda que com muitas lágrimas de amadurecimento eu sei que eles torcem para que eu alcance o meu sonho.
Eu gostaria de ter um amigo novo nessa cidade, na qual eu pudesse conversar abertamente sobre o que se passa comigo todos os dias, É tão triste não poder ter alguém para compartilhar meus anseios. Infelizmente me tornei dependente de meus antigos amigos e isso criou um bloqueio em meu coração que me impede de amar outras pessoas da mesma forma.
Em síntese, escrever me deixa melhor. Faz eu me sentir ouvida de alguma forma.
Eu espero ter sucesso na minha vida, desejo isso a você que leu esse texto até aqui e a todos os meus amigos, família e namorado.