“Desencantamento do mundo”, as novas regras da indústria cultural

Walter Benjamin, estudante da
Escola de Frankfurt defendia a “politização da arte”, tinha em
mente uma visão ampla e coerente de que o mundo das artes deveria
ser levado a apreciação não só a elite, mas a população em
geral, dando a ideia de uma maior democratização da arte, o que
mais tarde acarretaria em um “desencantamento do mundo”.A modernidade, rotulada no
século XIX após a Revolução Industrial, deu origem ao que podemos
chamar de “Indústria cultural”, um ambiente totalmente diferente
do que os artistas eruditos estavam acostumados.Arte, é tudo aquilo que é
criado por alguém e que seja deveras original. No século XIX, uma
sociedade pós-moderna deu início a uma verdadeira Revolução
artística, dando origem a um novo tipo de público, as massas.Se antigamente, tínhamos o
valor de uma obra de arte, ou seja, uma obra muito famosa de algum
artista que deveras também haveria de ser conhecido mundialmente,
hoje temos expressões artísticas vendidas por uma Indústria de
produção em série, retirando o valor principal de uma obra, a
originalidade.
Se por um lado temos artistas
renomados desde a época do Renascentismo italiano, o egrégio
Leonardo da Vinci, podemos notar que naquela época ele era
sustentado por uma classe economicamente dominante, hoje existe um
título especial para este gênero específico, “arte erudita”,
absorvido até hoje pela elite.Por outro lado, temos a pressão
da mídia, que usa meios artísticos em prol da disseminação da
moda no mercado capitalista, com produção de novelas, roupas e
alguns estilos musicais.A sensibilidade de muitos
artistas contemporâneos, juntamente com as empresas dessa produção
em massa de “cultura”, onde a maioria da população absorve por
status desencadeiam uma gama de ideias para disseminar algo que
muitas vezes é copiado de outro artista, porém, com pequenas
modificações.O bom gosto musical ou
artístico, não pertence somente a “elite”, o que acontece é
que a mídia televisionada a grande maioria tenta impor uma percepção
errônea do que é arte do que está a um longo caminho de ser, logo,
selvageria com que tudo é produzido rapidamente, deixa a desejar o
que poderia ser algo pensado, elaborado e produzido.A visibilidade artística é um
passo que é relativo quando se trata das obras. Geralmente, a arte
não necessariamente está de acordo com os padrões políticos,
econômicos, religiosos, e sim ao aspecto social, ou seja, para que
tipo de público será produzido. Essa ideia, já retira do artista,
a possibilidade de expressão única, massacrado pela verdadeira
essência artística, que é fazer o espectador procurar pela obra,
visitar galerias ou assistir uma produção ao vivo.Ir em busca de algo verdadeiro e
único é o primeiro passo para tentar entender a história da arte
em si e juntamente com a filosofia, tentar desvendar o mistério por
trás das “Sete artes”, esquivando-se do que as empresas nos
dizem ser “novo” que na verdade, muitas vezes não passam de
roteiros pensados para lançarem produtos que ditarão a nova “moda”.
